Chapim-real (Parus major)

O chapim-real é uma ave muito vistosa, com cores vibrantes, bastante comum nos nossos jardins, em zonas rurais e até mesmo em parques urbanos. Esta espécie é a maior de todos os chapins que ocorrem em território português e pode ser ouvido com facilidade durante a primavera.

Taxonomia
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
Família: Paridae
Género: Parus
Espécie: Parus major

Em Portugal ocorrem duas subespécies, P. m. major e P. m. corsus. A primeira ocorre no norte do território e a segunda no resto do país, havendo formas de transição nas zonas de contacto.

Estatuto de Conservação e Abundância
As populações do chapim-real, tanto em Portugal, como a nível mundial, parecem estar estáveis ou a crescer e, por isso está classificado com o estatuto de conservação “Pouco Preocupante”.

Portugal

Mundo

Distribuição
O chapim-real é uma espécie bastante comum, que ocorre por toda a Europa, Médio Oriente, Ásia Central e partes do Norte da África. Em Portugal, está presente por todo o território, sendo bastante abundante de norte a sul, no entanto, é menos comum nas zonas de maior altitude, particularmente a cima dos 1000 m, embora continue a ocorrer muito a cima dessa cota.

Ecologia e Comportamento
Habitat: Ocorre em todos os tipos de bosques, mas tem uma clara preferência por bosques de folhosas, como montados, soutos, carvalhais, vidoais e pinhais. Pode ocorrer também com alguma frequência em matas ribeirinhas, olivais, pomares, parques e jardins públicos. De uma forma geral, o chapim-real é uma espécie arborícola, no entanto, para além dos habitats já mencionados, ocorre em zonas de matos bem desenvolvidos, sem árvores ou com árvores dispersas. Finalmente, por vezes, aparece em eucaliptais com substrato arbustivo.
Comportamento: O chapim-real é uma espécie essencialmente residente, o que significa que as populações portuguesas não migram para outras regiões do planeta. Mesmo nas zonas mais altas, como no Parque Nacional da Peneda-Gerês, o chapim-real apresenta uma distribuição muito semelhante ao longo de todo o ano. Apesar disso, algumas aves do norte da Europa podem migrar para Portugal, como se tem comprovado a partir da anilhagem científica de aves, com a marcação de indivíduos na Bélgica, Polónia, Lituânia e Rússia e que foram recapturados no nosso país.

Predadores e Estratégias de Defesa: O chapim-real é predado por várias espécies de aves e mamíferos, mas o gavião (Accipiter nisus) destaca-se como um dos seus principais predadores. Os seus ninhos podem ser atacados por outras espécies de aves de menor dimensão, como é o caso do pica-pau-malhado-grande (Dendrocopus major). Tem como estratégia de defesa a fuga.
Dieta: Alimenta-se de uma grande variedade de insetos, mas parece ter uma preferência por lepidópteros (borboletas) e coleópteros (escaravelhos). Também se alimenta de aranhas e durante o inverno consome uma quantidade significativa de sementes e frutos.

Morfologia Externa e Identificação
Biometrias: Geralmente mede entre 13,5 cm e 15 cm da ponta do bico à ponta da cauda e pesa entre 14 e 22 g.
Adulto: O chapim-real é o maior dos chapins, o que justifica o seu nome vernáculo. O bico é curto, escuro e forte e as patas são cinzentas e bastante robustas. O adulto caracteriza-se pelas partes inferiores amarelas, com uma barra central preta. A cabeça é preta e brilhante e as faces são brancas. O dorso é verde-musgo e as asas são cinzento-azuladas e apresentam ainda uma pequena barra alar branca.
Os dois sexos são semelhantes, mas os machos apresentam cores mais vivas e brilhantes, assim como uma barra central mais comprida e larga, estendendo-se desde da base do bico até à cloaca (no caso da fêmea a barra é interrompida na zona do abdómen).

Juvenil: Apresenta sensivelmente as mesmas cores que o adulto, mas mais esbatidas e com tons mais amarelados, especialmente nos brancos.
Vocalizações: Esta espécie é muito vocal, emitindo uma grande variedade de sons ao longo de todo o ano. O canto dos machos pode ser ouvido a partir de setembro, sendo progressivamente mais frequente ao longo do outono, até atingir o seu auge a partir de janeiro, que dura até meados de junho.

Espécies similares: É uma espécie relativamente fácil de identificar, por ser consideravelmente maior do que os restantes chapins. A palete de cores é também diferente, assim como o canto do macho, que é bastante característico da espécie. No entanto, é importante reter que pode produzir sons parecidos com os dos restantes chapins.

Reprodução
A época de reprodução começa normalmente em março e as primeiras posturas podem ser observadas entre meados do mesmo mês e o início de maio. Podem ainda ocorrer segundas posturas, entre meados de maio e meados de junho. As posturas variam geralmente entre 3 e 9 ovos.
O chapim-real constrói os seus ninhos em cavidades de árvores e são uma das espécies que utiliza com frequência as caixas ninho. Ocasionalmente também podem utilizar cavidades de muros de pedra. O ninho é construído pela fêmea e é composto por material vegetal (gramíneas e musgo), pelo e penas. O período de incubação varia entre 12 e 15 dias e as crias nascem sem penas e cegas. Ambos os progenitores participam na sua alimentação e na higienização do ninho. O período desde os nascimentos das crias até ao abandono do ninho varia entre 16 e 22 dias e a alimentação das crias pode continuar após esse abandono, durando até 25 dias em aves da primeira ninhada e até 50 dias na segunda ninhada. As crias das segundas ninhadas apresentam frequentemente um sistema imunológico e condição corporal mais fracos do que as das primeiras e, portanto, têm uma taxa de sobrevivência juvenil mais reduzida.

Bibliografia
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