Rã-ibérica (Rana iberica)

A rã-ibérica (Rana iberica) é um anfíbio anuro (sem cauda na forma adulta) endémico do Noroeste da Península Ibérica. Prefere zonas montanhosas, ocorrendo principalmente junto a ribeiros inseridos em biótopos de bosques caducifólios ou lameiros. 

"Rã-Ibérica[© Armando Caldas, todos os direitos reservados]

Taxonomia
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Amphibia
Ordem: Anura
Família: Ranidae
Género: Rana
Espécie: Rana iberica

Ecologia
Estatuto de conservação em Portugal: “Pouco preocupante”. Infelizmente a espécie encontra-se em declínio significativo, devido principalmente à poluição dos cursos de água por efluentes industriais e domésticos, e pela destruição dos habitats ribeirinhos.
Endémica do Noroeste da Península ibérica , a rã-ibérca em Portugal ocorre desde o nível do mar até aos 1900 m, na Serra da Estrela, distribuindo-se de forma quase contínua a Norte do rio Tejo. A sul deste ocorre apenas na Serra de S. Mamede.
Esta é uma espécie que pode ser encontrada mais facilmente em zonas montanhosas, perto de ribeiros com água limpa (não poluída, pois é bastante sensível) e normalmente corrente com substracto rochoso e vegetação abundante nas margens.
Apresenta actividade tanto diurna como nocturna e pode ser encontrada durante todo o ano, embora seja menos conspícua nos meses mais “severos” (tanto no Inverno como no Verão).
A rã-ibérica é predada por cobras-de-água, trutas e pequenos mamíferos carnívoros. Têm dois mecanismos de defesa: a primeira escolha é sempre fugir, mergulhando, enterrando-se no fundo ou deixando-se ir com a corrente; quando se sentem irremediavelmente expostas fingem-se de mortas e deixam-se boiar completamente imoveis.
Alimentação: Alimentam-se essencialmente de pequenos invertebrados (ex. aranhas, larvas de insectos, caracóis e escaravelhos).

Morfologia Externa e Identificação
Comprimento: até 5,5 cm.
Apresenta um corpo esbelto e focinho pontiagudo. Os membros posteriores são compridos e fortes perfeitamente adaptados a grandes saltos. Ainda estes membros possuem cinco dedos ligados por membranas interdigitais, tornando-a também uma excelente nadadora. Esta espécie não apresenta sacos vocais nem glândulas parótidas. Olhos grandes e proeminentes com pupila horizontal elíptica. A pele é lisa, no entanto, apresenta pequenos grânulos na região dorsal. A coloração do dorso pode variar bastante, havendo predominância de castanhos, laranjas e até vermelhos. Apresenta mancha pós ocular escura e, debaixo desta, uma banda esbranquiçada. A região ventral é esbranquiçada, podendo apresentar um reticulado escuro mais intenso na garganta.
Normalmente as fêmeas são maiores que os machos, sendo estes mais esbeltos e apresentam os membros anteriores mais robustos. Os machos durante a época de reprodução adquirem rugosidades escuras nos dedos internos dos membros posteriores.

"Rã-Ibérica[© Armando Caldas, todos os direitos reservados]

Reprodução
O período reprodutivo estende-se de Novembro a Março, variando com a altitude. O acasalamento é mais frequente acontecer durante a noite. A fêmea deposita posturas de 100 a 450 ovos, em massas esféricas e compactas na vegetação aquática, entre pedras, ou no fundo lamacento de charcos. O desenvolvimento larvar dura cerca de três meses.

Bibliografia
Almeida. N. e outros (2001). Anfíbios e Répteis de Portugal. Fapas
Caldas, A. (2010). Anfíbios de Portugal. Guia Fotográfico Quercus. QUERUS – Associação Nacional de Conservação da Naturesa. 
http://naturlink.sapo.pt/NaturSAPO/Fichas-de-Anfibios/content/Ficha-da-Ra-iberica?bl=1&viewall=true#Go_1
http://anfibioserepteis.blogspot.pt/search/label/16%20-%20R%C3%A3-ib%C3%A9rica

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