Melro-azul (Monticola solitarius)

O melro-azul (Monticola solitarius) é um passeriforme vistoso que pode ser observado em velhos castelos, ruínas ou zonas rochosas. O dimorfismo sexual é muito evidente nesta espécie, uma vez que o macho é azul e a fêmea castanha.

[© Armando Caldas, todos os direitos reservados] – Melro-azul macho.

Taxonomia
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
Família: Muscicapidae
Género: Monticola
Espécie: Monticola solitarius
 
Distribuição e Ecologia
Estatuto de conservação em Portugal: “Pouco preocupante” (LC). Mundialmente está classificado com o mesmo estatuto, uma vez que esta espécie tem uma distribuição extremamente ampla e o tamanho da sua população mundial não se aproxima dos limiares de vulnerabilidade.
O melro-azul está presente no Sul da Europa e da Ásia, no Médio Oriente e em alguns locais de África. Ocorre um pouco por todo o território português, embora seja bastante raro ou até esteja ausente em vastas áreas do litoral norte e centro, assim como em grande parte do Ribatejo e do Alentejo (pode ver o mapa de distribuição aqui).
Surge sobretudo associado, principalmente durante a época de reprodução, a zonas rochosas, a regiões acidentadas, a vales escarpados de rios e à costa marinha. Também pode ocupar pedreiras abandonadas e construções humanas. Em algumas regiões do interior reside em zonas urbanas e é escasso nas regiões montanhosas mais elevadas. As exigências de habitat implica que o melro-azul esteja ausente em áreas desprovidas de zonas rochosas de uma certa dimensão.
As populações nidificantes em Portugal são residentes, no entanto, uma fração desconhecida de aves ibéricas realiza movimentos migratórios pelo menos até ao Norte de África. Tem principalmente hábitos diurnos e é uma espécie cautelosa, mantendo-se muitas vezes escondido.
Em Portugal ocorre a subespécie M. s. solitarius.
Alimentação: sobretudo invertebrados e pequenas lagartixas. No Outono e no Inverno, quando o alimento é mais escasso, também ingere material de origem vegetal.

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=OeD2j0rowHE&w=420&h=315]

Morfologia Externa e Identificação
Comprimento: entre 21 – 23 cm.
O melro-azul é um passeriforme de tamanho médio (um pouco mais pequeno do que o melro (Turdus merula)), esguio, de bico comprido e com patas e  íris pretas.
O macho tem uma tonalidade azul-acinzentada e as asas escuras. Os indivíduos no primeiro inverno têm uma cor menos viva do que os adultos, com um padrão vermiculoso escuro, e as coberturas das primárias são pálidas. A fêmea é completamente distinta dos machos, pois é castanho-escura e tem um padrão vermiculoso nas partes inferiores, no entanto, raramente pode apresentar um ténue tom azul no dorso, na parte superior da cauda e nos flancos.
O canto varia um pouco, sendo por vezes idêntico ao do melro-das-rochas (Monticola saxatilis) (ouvir aqui).

[© Armando Caldas, todos os direitos reservados] – Melro-azul fêmea.

Reprodução
O canto territorial dos machos pode ser ouvido com grande intensidade no mês de fevereiro, prolongando-se pela primavera, embora também possa ser ouvido no outono.
O melro-azul constrói os ninhos em fendas de rochas, pequenas grutas, edifícios ou muros. As posturas são normalmente constituídas por 4 a 5 ovos, a incubação dura entre 12 e 15 dias e as crias começam a voar com cerca de 18 dias de idade. Pode criar duas ninhadas por ano e nas serras de Aire e Candeeiros foi detetada nidificação de abril a julho, no entanto, pouco se sabe sobre a sua biologia de reprodução no nosso país.
 
Referências
Cabral, M.J., Almeida, J., Almeida, P.R., Dellinger, T., Ferrand, A.N., Oliveira, M.E., Palmeirim, J.M., Queirós, A.I., Rogado, L., and Santos-Reis, M. (2005). Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. (Instituto da Conservação da Natureza, Lisboa).
Catry, P., Costa, H., Elias, G., and Matias, R. (2010). Aves de Portugal: Ornitologia do Território Continental. (Lisboa: Assírio & Alvim).
Svensson, L. (2012). Guia de Aves (2º edição). Assírio & Alvim, Porto.
http://www.iucnredlist.org/details/22708286/0
http://www.avesdeportugal.info/monsol.html

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