Este animal de hábitos anfíbios pode ser encontrado por grande parte do país, tanto em rios como junto à costa. No entanto, é um dos mamíferos europeus mais ameaçados.
[© Armando Caldas, todos os direitos reservados]
Taxonomia
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Carnivora
Família: Mustelidae
Género: Lutra
Espécie: Lutra lutra
Ecologia
Estatuto de Conservação: “Vulnerável”. A destruição de habitats, a caça ilegal e a mortalidade acidental são os principais factores que contribuem para o estatuto desfavorável da espécie.
Encontra-se desde a costa ocidental da Irlanda e de Portugal até ao Japão e desde a Finlândia até à Indonésia. Ocorre também no Norte de África. Portugal apresenta das populações mais saudáveis da Europa, estando bem distribuída pelo território, no entanto, ainda com alguma vulnerabilidade.
A lontra é uma espécie dependente de locais húmidos e pode viver tanto em zonas de água doce, onde exista cobertura vegetal adequada, ou em zonas com água salgada (por ex. na costa ou em estuários). Reproduz-se e descansa em tocas, como buracos de árvores, cavidades nas rochas e tuneis na turfa. Estes refúgios podem possuir uma chaminé de arejamento e uma entrada subaquática. Descansa também à superfície, em “camas”, se a vegetação o permitir.
A lontra é essencialmente nocturna, permanecendo na toca ou na “cama” durante o dia, no entanto, tem um período de inactividade a meio da noite. Vive em grupos familiares de uma ou mais fêmeas e as crias desse ano, ocupando um determinado território; os machos adultos são solitários e só se juntam às fêmeas apenas alguns dias para acasalarem. Esta é uma espécie anfíbia, podendo nadar até 8h seguidas e fazer mergulhos de 40 segundos.
A lontra praticamente não possui inimigos naturais, no entanto, as crias podem ser mortas por cães. Vivem em média 3 a 4 anos.
Alimentação: Fazem parte da sua dieta sobretudo peixes, como a enguia, o salmão, a perca, o lúcio e a carpa. No entanto pode alimentar-se, ocasionalmente de outros vertebrados (aves aquáticas, ratos-de-água, ratazanas e anfíbios) e de invertebrados (lagostins, caranguejos, vermes e insectos).
Morfologia Externa e Identificação
Comprimento: Cabeça – cauda: ♂ entre 96 – 137cm; ♀ entre 94 – 102 cm.
Como é típico dos mustelídeos, o corpo é alongado e esguio e os membros são curtos. A cauda é comprida, espessa na base e afunila suavemente até à ponta. A cabeça, assim como o focinho, é achatada e larga e as orelhas são pequenas. Todas as patas estão providas de membrana interdigital permitindo, à lontra, uma fácil e veloz deslocação na água.
O pelo castanho-escuro, macio e lustroso fica em evidência quando emerge da água. O ventre é mais acinzentado, podendo possuir uma mancha branca por baixo do queixo.
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Reprodução
Reproduz-se em qualquer altura do ano e a gestação dura cerca de 62 dias. 1 a 5 crias por ninhada (apenas uma ninhada por ano). Os juvenis são levados para a água e encorajados a nadar por volta dos 3 meses. O desmame ocorre após 16 semanas do nascimento das crias. Os cuidados parentais são praticados unicamente pela fêmea e as crias são abandonadas entre 10º e o 12º mês.
Bibliografia