Esta bonita rapina nocturna é muito útil no controlo de pragas, como roedores. No entanto, é alvo de superstições devido ao seu voo silencioso e grito fantasmagórico.
[© Armando Caldas, todos os direitos reservados]
Taxonomia
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Strigiformes
Família: Tytonidae
Género: Tyto
Espécie: Tyto alba
Ecologia
Estatuto de Conservação: “Quase ameaçado”.
Esta é uma ave cosmopolita, só não existe no Norte e Leste da Europa, assim como na maior parte da Ásia. Em Portugal ocorre sensivelmente por todo o território, sendo mais abundante a sul do Tejo.
Frequenta uma grande diversidade de biótopos, como áreas florestais pouco densas, montados de sobro ou azinho, estepes, soutos, matos e até campos cultivados e abertos, com edifícios antigos. Evita cultivos com vegetação alta e densa, preferindo áreas abertas com alimento abundante.
É uma espécie residente, estando presente em Portugal durante todo o ano. Possivelmente durante o Inverno as populações são reforçadas com indivíduos provenientes da Europa Central.
Devido ao hábito de pousarem em vedações e postes ao longo das estradas, é comum serem vítimas de atropelamentos. A coruja-das-torres é muito silenciosa, e para que tal aconteça, bate larga e suavemente as asas. Esta forma silenciosa de se mover permite um maior sucesso nas caçadas, que acontecem durante a noite, sendo este um animal nocturno.
Alimentação: Sobretudo pequenos mamíferos, como ratos e musaranhos. Raramente caça aves, insectos e répteis.
Morfologia Externa e Identificação
Comprimento: Entre 33 – 39 cm.
Envergadura: Entre 80 – 95 cm.
Apresenta disco facial em forma de coração, esbranquiçado, bem delimitado. As asas e as patas são muito compridas e a cauda é curta. O dorso é cinzento com manchas castanhas-douradas e com pequenos pontos brancos e pretos. Na subespécie europeia (Tyto alba guttata) o peito e o ventre são castanho-claro, com pontinhos pretos. A raça meridional (Tyto alba ernesti) tem o peito e o ventre brancos. Em todas as raças, a cor do bico vai desde o amarelado ao branco-acinzentado, a íris é escura e a cor das patas varia entre o amarelo e o castanho.
Não há um dimorfismo sexual muito notório, no entanto, normalmente a fêmea é mais pesada que o macho. Emite gritos fantasmagóricos, que podem ser ouvidos aqui:
http://www.xeno-canto.org/browse.php?species_nr=&query=tyto+alba
[© Armando Caldas, todos os direitos reservados]
Reprodução
Nidifica nos buracos das paredes de edifícios antigos de grandes dimensões como igrejas, estábulos, castelos, etc. Também se abriga e nidifica em cavidades de escarpas e em buracos de árvores. Deposita 4 a 7 ovos, sendo que a época e reprodução decorre principalmente entre Março e Julho. A incubação dura de 30 a 31 dias e as crias voam aos 50 a 55 dias de idade. O macho leva o alimento à fêmea e às crias. Os casais mantêm-se de ano para ano e podem criar duas ninhadas por ano.
Bibliografia
Bruun, B. e outros (2002). Aves de Portugal e Europa. FAPAS, Porto
Catry, P. e outros (2010). Aves de Portugal, Ornitologia do Território Continental. Assírio & Alvim, Lisboa
http://naturlink.sapo.pt/Natureza-e-Ambiente/Fichas-de-Especies/content/Ficha-da-Coruja-das-torres?bl=1&viewall=true#Go_1
Almeida. P. e outros (2005). Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. ICNB