Cabra-montês (Capra pyrenaica)

A cabra-montês (Capra pyrenaica) é uma espécie rara em Portugal, existindo actualmente apenas na Serra do Gerês e na Serra Amarela. No século XIX foi considerada extinta, mas devido a esforços de reintrodução na Galiza, voltou a colonizar  terras portuguesas.

[© Daniel Santos, todos os direitos reservados] – Animal em cativeiro

Taxonomia
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Cetartiodactyla
Família: Bovidae   
Género: Capra
Espécie: Capra pyrenaica

Ecologia
Estatuto de Conservação em Portugal: “Criticamente em Perigo” (CR). População muito reduzida em Portugal.
No passado a cabra-montês distribuía-se por todas as regiões montanhosas da Península Ibérica, mas nos últimos séculos as populações sofreram um grande decréscimo, sendo que na vertente francesa dos Pirenéus desapareceu em meados do século XIX. Em 1892 foi observado o último exemplar de Portugal, na Serra do Gerês, sendo importante referir que as populações portuguesas pertenciam à subespécie Capra pyrenaica lusitânica. Já no início do século XXI extinguiram-se as últimas populações dos Pirenéus do lado de Espanha, ficando a área de distribuição reduzida às regiões montanhosas do Centro e Sul de Espanha. Em 1997 reintroduziu-se cabras pertencentes à subespécie C. p. victoriae  na Serra do Xurês e, como consequência, em 1999 registou-se a presença de indivíduos na Serra Amarela e na Serra do Gerês.
A cabra-montês ocorre preferencialmente em zonas montanhosas rochosas, com áreas de florestas e matos temperados. Pode também ser vista em pastagens naturais e artificiais e terrenos agrícolas.
Espécie especialmente diurna, com dois picos de actividade (amanhecer e anoitecer). Fora da época de reprodução juntam-se em grupos de 50 a 60 indivíduos de todas as idades e sexos.
Os principais inimigos da cabra-montês são o lobo (Canis lupus signatus) e a águia-real (Aquila chrysaetos), que predam sobretudo os juvenis. Estes animais podem atingir os 16 anos de idade em estado selvagem.
Alimentação: A dieta baseia-se em ervas e rebentos.

Morfologia Externa e Identificação
Comprimento: Cabeça – cauda: ♂ entre 149 – 166 cm; ♀ entre 128 – 149 cm.
A cor da pelagem dos machos varia nas diferentes subespécies, mas no geral é castanha clara, com lista negra ao longo do dorso e membros. Flancos, peito e fronte escuros (a extensão destas manchas varia novamente de subespécie para subespécie). O macho tem ainda barbicha e cornos torcidos numa leve espiral, voltados para cima e para fora. As fêmeas têm cornos mais pequenos e pelagem mais clara.
Os excrementos são idênticos aos da cabra-doméstica.

[© Daniel Santos, todos os direitos reservados] – Animal em cativeiro

Reprodução
O cio estende-se de Novembro a Dezembro e os nascimentos ocorrem em Maio, sendo que o período de gestação dura cerca de 23 semanas. Uma cria por ninhada, ocasionalmente duas e apenas têm uma ninhada por ano.
A maturidade sexual é atingida aos 2,5 anos de idade nas fêmeas, sendo que os machos têm acesso limitado às fêmeas pelos machos dominantes.

Bibliografia
Macdonald, D. e outros. 1993. Guias Fapas, Mamíferos de Portugal e Europa. Fapas
Almeida, P. e outros. 2005. Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. ICNB
http://www.iucnredlist.org/details/3798/0

Leave a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *