Tritão-marmorado (Triturus marmoratus)

O tritão-marmorado (Triturus marmoratus) é um tritão inconfundível da fauna portuguesa e é relativamente fácil de encontrar em massas de água com pouca corrente, durante a época de reprodução, estando mais activo à noite.

© Daniel Santos Photography
Tritão-marmorado adulto

Taxonomia
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Amphibia
Ordem: Caudata
Família: Salamandridae
Género: Triturus
Espécie: Triturus marmoratus

Ecologia
Estatuto de conservação em Portugal: Pouco preocupante (LC). As principais ameaças são a perda de habitat e a introdução/existência de espécies exóticas.
Distribui-se pela metade Norte da Península Ibérica e sudoeste de França. Em Portugal, ocorre de uma forma contínua no Norte e a sua distribuição é limitada a sul pela Serra da Malcata, Castelo Branco, Abrantes e Leiria. Pode ser encontrado desde o nível do mar até aos 1930 metros na Serra da Estrela.
Habitam uma grande variedade de ecossistemas, desde que existam massas de água próximas adequadas para a sua reprodução. Preferem habitats aquáticos com água parada ou com pouca corrente, tais como charcos, poços, lagoas, tanques represas, albufeiras e zonas de remanso de rios.
Durante a época de reprodução o tritão-marmorado tem hábitos aquáticos e fora desta tem hábitos terrestres. É rápido e ágil dentro de água, mas lento e desajeitado em terra. Actividade predominantemente nocturna, mas na fase aquática pode ser visto durante o dia e durante os meses mais frios e mais quentes do ano pode passar por um período de inactividade.
A longevidade desta espécie ultrapassa os 10 anos, existindo registos de animais em cativeiro que chegaram aos 25 anos.
Durante a fase terrestre pode ser capturado por víboras e mamíferos e na fase aquática serve de alimento a cobras-de-água, cegonhas, garças e ao lagostim-vermelho-da-Louisiana. As larvas podem ser capturadas por vários artrópodes, cobras-de-água, peixes carnívoros e outros anfíbios. Para se defender dos predadores o tritão-marmorado utiliza a fuga e as secreções tóxicas das suas glândulas cutâneas. Pode também levantar e agitar a cauda e esticar as patas posteriores para confundir os predadores.
Alimentação: Os adultos alimentam-se de artrópodes e, ocasionalmente, larvas de anfíbios. As larvas alimentam-se de pequenos insectos aquáticos e crustáceos.

Morfologia Externa e Identificação
Comprimento: Fêmea 148 mm (máximo 160 mm). Macho 132 mm.
O tritão-marmorado é um tritão de tamanho médio, com cabeça arredondada e olhos proeminentes, em posição lateral. As glândulas parótidas são bem evidentes e apresenta corpo de secção redonda ou ligeiramente aplanado, com cauda muito achatada lateralmente, de igual tamanho ou um pouco maior que o corpo. Os membros são bem desenvolvidos, com 4 dedos nas patas anteriores e 5 nas posteriores. Dorso de coloração esverdeada com manchas escuras, com distribuição e tamanho variável e a pele tem uma textura granulosa. Ventre branco, creme ou cinza.
Os machos são mais pequenos do que as fêmeas e apresentam a cabeça proporcionalmente mais pequena e patas maiores do que as fêmeas. Durante a época de reprodução, os machos de tritão-marmorado, desenvolvem uma crista dorsal alta, escura com bandas verticais verdes ou amareladas, afunilando na região da cloaca, que nesta altura encontra-se muito proeminente. Os machos apresentam ainda uma lista longitudinal branca nos dois lados da cauda e as fêmeas têm tipicamente uma linha amarela ou alaranjada no meio do dorso, desde a cabeça até ao final da cauda.

© Daniel Santos Photography
Tritão-marmorado adulto

Reprodução
A época de reprodução depende da região geográfica e da altitude em causa, estendendo-se desde Outubro até Maio. Nas zonas mais frias de Portugal raramente se observam indivíduos na água antes de finais de Janeiro. O acasalamento ocorre na água e passado alguns dias a fêmea deposita entre 150 e 400 ovos que envolve individualmente em plantas aquáticas. A eclosão das larvas dá-se após alguns dias da postura e o período larvar depende da temperatura da água e da disponibilidade de alimento. No Norte observam-se jovens metamorfoseados apenas no final do Verão, enquanto que nas regiões mais a Sul podem ser vistos em meados da primavera.

© Armando Caldas
Macho de tritão-marmorado em fase aquática

Bibliografia
http://www.iucnredlist.org/details/59477/0
Almeida. N. e outros (2001). Anfíbios e Répteis de Portugal. Fapas
Caldas, A. (2010). Anfíbios de Portugal. Guia Fotográfico Quercus. QUERUS – Associação Nacional de Conservação da Naturesa.

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